terça-feira, 15 de dezembro de 2009

15 de Dezembro

Eu deixarei que morra em mim o desejo
de Amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa
de me veres eternamente exausto
No entanto a tua presença é qualquer coisa
como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto
e em minha voz a tua voz
Não te quero ter porque
em meu ser está tudo terminado.
Quero só que surjas em mim
como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho
nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne
como uma nódoa do passado.
Eu deixarei ... tu irás e encostarás
a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos
e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu,
porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei a minha face
na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos
da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência
do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só
como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém
porque poderei partir
E todas as lamentações do mar,
do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente,
a tua voz serenizada.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Perdido

Há tanta confusão, tanta emoção, tanto sentimento, tudo numa flutuação de pensamentos. E agora? Faltam me as palavras......Sinto-me imersa em tudo, no fundo do mar. Como um peixe, que tem o mar á sua volta e precisa decidir qual rumo tomar ... Qual será o caminho? Será o caminho certo ou o errado? O ponderado, ou o desejado?Gostava tanto de decidir, de reconstruir..."Tempo" e "Silêncio"´são as minhas guelras ... Já nem as músicas, nem Deus, nem o blog ...me ajudam na minha decisao... Mas eu sei o porque disto estar a acontecer, a decicao tem de ser minha, só minha. Quero sair deste Oceano!!

domingo, 6 de setembro de 2009

te chamei

Te chamei...
Hoje eu gritei teu nome na água do mar você ouviu?!Eu pedi ao vento que levasse meu grito para o infinito. Eu esperei que chegasse até você. Não sei se você me ouviu mesmo assim acredito que ouviu o meu chamado porque nossos corações estão conectados. Pedi também que a água azul esverdeada te toque que a brisa suave te beije por mim. Eu acredito que você sentiu.

descaminhos

Em minha boca, restou o sal
gosto de lágrimas, dor
sabor de maresia, tristeza
na bruma nebulosa
da saudade que ficou de nós!
Nos descaminhos, eu me procurei
Nem minhas pegadas achei,
perdi de mim
com certeza a velocidade
do vento apagou
trago comigo o mesmo gosto
do sal das lágrimas
uma pesada bagagem
de saudades.
Saudades de algo
nem começado e acabado
que deixa dor, que fere a alma ,
faz sofrer
sobrando tristezas e saudades
momentos bonitos , sonhos
Mais como você disse,
foi algo sem razão , inexplicável
apenas obra do acaso, ou destino
e nos perdemos de nós...resta apenas saudades!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Oração ao Mar
Mar revolto, mar revolto
Senhor de todas as conquistas,
Inspiração de muitas almas.
Tu, deus dos oceanos,
Que em tuas águas
Banhas sentimentos,
Que curas feridas deixadas pelo tempo.
Tu, que fazes sonhar
Os seres mais nobres,
Que levas a calma aos mais turbulentos.
Oh, mar da minha vida,
Que despertas o mais profundo do meu ser.
Faz-me apaixonar por tuas ondas,
fantasiar com a esperança.
Mar da minha paixão,
Que transportas no teu dorso a sabedoria,
Que escondes e guardas segredos,
Nunca revelados.
Mar revolto, mar calmo
Leva-me em teu colo
E guarda contigo....
Todos os meus pensamentos.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Lua


Da lua soltas cordas de guitarra
Num fado que é todo o nosso luar
Iluminado barco sem amarra
Que não seja a pura amarra de amar
E corda mais forte não vai soar
Que não a que prenda olhar à melodia
E eu, barco solto, vou em ti fundear
Sem cordas que amarrem minha alegria.
Ser teu sem medo de mágoa, um dia…
Ser teu sem medo da noite ter fim
Saber-te o luar que a noite pedia
Saber que somente por ti eu vim.
Barco sem porto, sem cordas nem nós
Desamarrado nas águas mais fundas
Perdi-me num canto em cantos sem dós
E só em ti me achei nas notas profundas.
Não sofras medo nem nele confundas
Amor com medos de medos sem fim
Pois, o luar que na noite te inundas
Não é mais que o medo que brota de mim
De no escuro perder tudo ao que vim...


As ondas num vai e vem se reúnem

Num lindo teclado de espumas

Que desliza suavemente pela areia

As gaivotas cantam e revoam

Formando um bale em homenagem

A mais um dia que se vai

Com a chegada do anoitecer

O sol vai escondendo-se

Entre as montanhas do horizonte

A tarde vai se perdendo no poente

Entregando-se a noite que chega

A lua surgirá majestosa na escuridão

Iluminando todo o chão

E olhando para o céu saberemos

Que não estamos sozinhos

Deus está a guiar-nos pelas noites

E também pelos dias é só percebermos

A grandeza de sua criação tão perfeita

Outra noite se vai e o sol já está a nascer

Com toda sua magnitude existencial

Mais um dia que afora em nossas vidas

Para nos conscientizar das maravilhas

Que Deus nos oferece sem que pedíssemos

segunda-feira, 10 de agosto de 2009


Um homem que trabalha o poema com o suor do seu rosto. Um homem que tem fome como qualquer outro homem. Poeta, não somente o que escreve. É aquele que sente a poesia, se extasia sensível ao achado de uma rima, a autenticidade de um verso.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

o Sol Poente

O Sol Poente e a luz derramada no meu rosto como a chuva que cai agora, nuvens traiçoeiras por detrás.
A noite anunciada pela escuridão na retaguarda deste bastião do amor proscrito em que me tornei. As coisas que sei e não pretendo partilhar, molhadas, lavadas pela água do céu, levadas pelo mar para parte incerta do esquecimento que confiei ao silêncio do astro rei pouco antes de ele partir do meu olhar.
Um barco ao longe a passar, forrado de gaivotas. Agitada como a folha de uma árvore no Outono, a vela esticada pelo vento e mais uma, queimada, lá dentro, depois de derramar no meu rosto a luz como a água salgada que nos salpicava então. O balanço da ondulação mais o vento temporal, a dança dos corpos no convés, molhados da cabeça aos pés pelas chapadas da água da terra que insiste em trepar, se calhar para espreitar as silhuetas que a lua descobriu nessa noite que nos viu amantes navegadores.
Memórias de amores suados, de corpos queimados pelo sol. Histórias de caminhos cruzados, de segredos sussurrados com a lua por farol. A força das ondas nos rochedos, adiante, e os cabelos beijados pelo vento junto ao leme de uma fêmea desgovernada pelo cio. Como uma fotografia que conserva por magia as lágrimas, o frio, e os sorrisos tão quentes que ressuscitam nas recordações.
O som distante dos trovões e um barco no horizonte prestes a desaparecer na escuridão que o devora como ao dia aconteceu, terminado num glorioso final de luz.
Derramada no meu rosto como a chuva que cai agora, lavadas as coisas que sei.
No futuro que abracei quando a tua lembrança zarpou.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Costa Nova


SAUDADES DA PRAIA (COSTA NOVA)
Costa Nova, linda praia

Onde o mar sabe cantar...

Que lindas canções ensaia

Quando o Sol a vem beijar...
Oh Costa Nova do Prado

Como é belo o teu luar...

Anda sempre enamorado

Pela ria e pelo mar...
Voz do mar, rumor perdido

Dum amor que já passou...

Dum amor desiludido

Que nem saudades deixou.
Voz do mar, voz da saudade

Voz de terror, tanta vez...

Nela vive a ansiedade

Da alma do português
Em Setembro há romaria,

Hei-de comprar uma flor;

Hei-de cantar noite e dia

À porta do meu amor.
E, quando a festa findar,

E voltarmos p'ra cidade,

Havemos, ambos, rezar

Um rosário de saudade.

ílhavo


Íhavo, heróico poema,

Escrito em sangue no mar!

Tua canção é um tema

Que todos sabem cantar.

Terra de heróis marinheiros,

De heroísmo sem igual!

Sempre honrando em seus veleiros

O nome de Portugal.

Marinhas,

Sol, tricaninhas

Azenhas sempre a chorar

Os sinos das capelinhas

Chamam o povo a rezar.

Ria sonhadora e esquiva

Que o mar não sabe entender

É ele quem lhe dá vida

No mar ela vai morrer.

Morre o Sol lá no poente

Num adeus emocionante

Diz adeus chorando à gente

Beijando o mar soluçante.

Ílhavo meu lindo amor

Noiva linda dos poentes

Brilhas e não tens fulgor

Não tens coração e sentes.

Moliceiros aprumados

Lembram gaivotas voando

São barcos estilizados

Ninfas esbeltas sonhando.

Céu azul noites serenas

Ao longe bramindo o mar

Canais planuras amenas

Velas ao longe a acenar.


sexta-feira, 3 de julho de 2009

Solidão

Todas as madrugadas desce uma nuvem sobre o meu peito, todas as noites o basalto frio recolhe-me nos ossos onde alojo a alma, esta, que te clama, que te pranta e se não cala. Do mar sobem gritos de silêncionas águas retalhadas de um quase nada. No fio da navalha e na amurada, espumas rudes enfeitam sonhos perdidos em lágrimas de ternura. Todas as noites, no quase noite dos meus dias, morro por dentro, afogado nas lágrimas do meu canto.


















Solto-me
dos sítios costumeiros onde as vagas insistem em naufragar.
tomo o rumo das marés bravas onde sei, existem, raízes que me segregam
e outras
que me impelem forças verdes no verde que a natureza
transbordou em meu olhar.

enverdecido
olho-te de frente.
profunda. profundamente, no fundo mais rotundo,
mais escavado - lume ou gume de fogo e d’ água,
que nós, comuns mortais, possamos sequer imaginar.

e vejo-te.
vislumbro a beleza dos
corais onde habitam fragmentos do que fui, fundeada
ao lodo de mil pés ...

e barcos
e braços …

soçobrados de viagens perdidas …

volto aqui. transporto-te em mãos que escondo
por dentro do teu próprio corpo. és sal e mar.
e dor e brilho ...
como um erário, guardo-te. velo-te.
secreta, respiro-te em guelras…

[sempre te disse que o mar é o meu lugar. …]

gostava de poder dar um nome…
mas, de tanto trilhar a praia, de lés-a-lés,
apenas me recordo que o teu nome estava escrito em tábuas de marés …

Na noite



















Acolho-me da noite ressaibada onde dormi nu, casta, virgem e basta, em bonomia, sob as tuas asas amplas de morcego. Na madrugada do desassossego abrigo-me hoje de um tempo em que as escamas se elevavam perfiladas de um mar arrepiado em que, de um lado a vaga, do outro o ventoe esta dore o desalento e as lágrimas, perdidas, roliças, gordas, profundas, iguais ao mar, iguais a si… escorridas nos olhos invisíveis dos meus dedos plácidos ...Deste tempo em que o verde bolinado dos meus olhos fulgurou feérico na noite dos teus olhos, que logo assustados partiram, dúbios mareantes, na incerteza e na vontade de ficar, na tristeza dissimulada de zarpar. Acolho-me da noite no ressaibo de um balanço de berço, numa rola de barco, das tuas asas de morcego em pranto.(E do meu pranto,de te saber mar-chão, em sofrimento...) De um tempo em que foste mar de calma e as gaivotas se explodiram coralinas no remanso das branquelas das água e tudo era sonho, e tudo não mais que utopia e ilusão. Daqui, da proa do meu barco, eras o tempo de um tempo que se navegava aproado, ao meu tempo colado.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Marinhas de Sal













Marinhas do Sal

Eu fico absorto,

Passo horas fitando

E sinto conforto

De tal ‘star olhando!

Ao lançar o olhar

P’las Salinas belas,

Julgamos fitar

Pinturas em telas!

É cristal purinho

Que os olhos ‘stão vendo,

O Sal tão branquinho

De água nascendo!

Tudo é deslumbrante

Fazendo lembrar,

Um lençol gigante

Na ria a corar!

Encerras beleza

Marinha do Sal!...

És bem Portuguesa

És nossa afinal!...

E os montes tamanhos

Do Sal resplendente,

Lembram algo estranho

Do vélho Oriente!

Montes de pureza

Pontos de cristal,

Olhai a beleza

Dos montes de Sal!...

Olhai essa Ria

Que é filha do mar!

E vêde a magia,

Do Sal a brilhar!

Primôr verdadeiro,

Encanto sem par,

Que a Ria de Aveiro

Têm para mostrar!
Beleza ela encerra

Sem mais ter rival,

Orgulho da Terra

E de Portugal!...

Tu













Pela ponte de espuma
Chegaste.
Ignoro o além da praia,
O mundo que te gerou;
Se surgiste do seio do dia
Ou do grito da noite.
Reconheço-me apenas
No coral das unhas e da boca,
Nos olhos líquidos,
Na trança de sargaço.
Sei que flutuas em mim,
E teu corpo veste-se
De vozes;
No entanto,
Regressarás ao mundo de areias brancas
E meu murmúrio será sal,
Brilhando em teus cabelos.

domingo, 28 de junho de 2009

250 Anos



Estás ó linda Aveiro a celebrar

Um quarto de milénio de existência

De cidade plantada à beira-mar

Com dotes de Princesa e Excelência.

Tu és no mundo inteiro conhecida

Qual pitoresca cidade da Ria

P'los canais que te dão beleza e vida

E te emprestam suprema galhardia.
Rainha do mais precioso sal

Em ti navega ainda o moliceiro

Sublime património cultural.
Tens povo cortês e hospitaleiroAveiro!...

Tu orgulhas Portugal

Garbosa sejas tu p'ra sempre Aveiro!...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Ilhavense















Ilhavo



Cais de muita nau
Porto de pouco navio
Porão de bacalhauVazio...
Pintas com tintas tuas
Pelos becos...pelas ruas...
As casas...
Gritas agudos gritos
Aos granitos
Enegrecidos pelas brasas...
Nas lareiras...
E aos das soleiras...
Maculados pela sombra de asas
De suas aves prisioneiras...
Cais com cal tua
A campa nua
Dos mares...
Gritas graves gritos
Aos granitos
Das pedras tumulares
Dos marinheiros mortos
Nos pertos portos
Dos longes lares...
E endireita-lhes os crucifixos e os retratos... tortos...















Marinheiros Ilhavenses

Sois os bravos Marinheiros
Daquela Terra, onde o
MarFez de vós grandes herdeiros
Daqueles Aventureiros
Que o Cabo foram dobrar!
O nome que vem honrando
É sólido pedestal!
E tal fama lutando
E as ondas enfrentando
Desde heras de Cabral!
Ao segurar com firmeza
O léme de seu veleiro
Suas mãos têm destreza
E o rosto seu, a nobreza
De valente Marinheiro!
O sangue teu é o Mar
Corre o Mar nas tuas veias
Sabes o p’rigo enfrentar
E com as ondas lutar
És valente, - não receias!
Rasgam-se velas e o vento
Sopra com fúria incontida!
Horas de luta e tormento
E tu naquele momento
Não pensas perder a vida!
Tens fé em Deus e a esp’rança
Dos filhos teus abraçar!
Lutas pois com confiança
Porque decerto a bonança
Não tardará a voltar
Quando ondas do mar irádo
Fustigam o rosto teu
Não te sentes molestado
Pois ser p’lo Mar maltratado
Foi sina que Deus te deu!
Dizem sempre: - Não tem mal
O futuro a Deus pertence!
És batalhador leal
Que honras a Portugal
E o nome de Ilhavense!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Mar

O vento sopra levemente
Soltando uma brisa refrescante
Junto ao pontão, me debruço
Olhando o mar…É manhã cedo
O sol acaba de nascer,
Timidamente
Aos poucos, aquele lugar deserto
Se enche de alegria, e cor
O vento…intensifica-se
Fustigando meu rosto
Até agora intranquilo
O tempo vai passando
E eu…
Afasto-me daquele pontão
Onde estive
Contemplando o mar
De águas salgadas, e límpidas
Mar imenso, infindável…
Com ondas cristalinas
Beijando a praia
De areia fina e aveludada
Ali estive a ver o mar
Absorto…
Na sua majestosa
Imponência,
E imensidão
Observando-o, até ao anoitecer
Depois…
Sai daquele pontão
De coração aberto,
E sereno…
Me fez bem ver-o-mar
Soltando as vagas, na praia
E me fez decidir…
Que um dia,
E mais outro dia…
E em todas as horas
De todos os dias…
Terei de lá voltar
Ao mar…
Da minha tranquilidade.

rvcc

RVCC é uma janela para a vida, é a nova oportunidade de vencer sonhos antigos.

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