sexta-feira, 3 de julho de 2009



















Solto-me
dos sítios costumeiros onde as vagas insistem em naufragar.
tomo o rumo das marés bravas onde sei, existem, raízes que me segregam
e outras
que me impelem forças verdes no verde que a natureza
transbordou em meu olhar.

enverdecido
olho-te de frente.
profunda. profundamente, no fundo mais rotundo,
mais escavado - lume ou gume de fogo e d’ água,
que nós, comuns mortais, possamos sequer imaginar.

e vejo-te.
vislumbro a beleza dos
corais onde habitam fragmentos do que fui, fundeada
ao lodo de mil pés ...

e barcos
e braços …

soçobrados de viagens perdidas …

volto aqui. transporto-te em mãos que escondo
por dentro do teu próprio corpo. és sal e mar.
e dor e brilho ...
como um erário, guardo-te. velo-te.
secreta, respiro-te em guelras…

[sempre te disse que o mar é o meu lugar. …]

gostava de poder dar um nome…
mas, de tanto trilhar a praia, de lés-a-lés,
apenas me recordo que o teu nome estava escrito em tábuas de marés …

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