sábado, 30 de janeiro de 2010













Partiste quando Fevereiro já aproximava.
Não esperaste pela Primavera que se avizinhava
Pois tu sabias que as flores não desabrochavam.
Partiste…
E eu de ti já sinto saudades
Das tuas mãos que as dores me acalmavam
Dos teus olhos às vezes fuzilantes
Do teu assobio que me chamava no meio das multidões.
Partiste…
Em mim ficaram as lições que me ensinaste
A esperança de ser digno do teu nome…
Partiste…
Mais do que pai, “amigo maior que o pensamento”
Partiste…
Para a tua fraternidade das estrelas !
Partiste…
Mas eu sei que voas
Nas asas de uma gaivota sobre o mar !

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O MEU BARCO VELEIRO






Por muito que corra o mundo inteiro
Por mais rias e mar a navegar…
Não há outro barco, nem barqueiro
Num sonho que nasceu perto do mar!



Nem há um outro arrais ou companheiro
Nem há um outro porto de chegar…
Nem as velas mais brancas do veleiro
Que fazem a nossa alma libertar!...



É assim o lindo barco veleiro…
Deste singular sonho cor de rosa
E sempre com carinho verdadeiro
Ao vê-lo navegar fico ditosa!



Gostava de ser eterno passageiro
Que na ria navega sem parar…
Dentro da alma o sonho verdadeiro
A jóia dum passado secular!



E dele serei sempre eterna amante,
A devolver-lhe toda esta ternura
Porque sinto em minha alma o navegante
De Aveiro - um passado que perdura!



O barco tem magia, tem encanto
A deslizar docemente sobre a ria
A Virgem vai nele com seu manto
Numa rota de Sonho e de Poesia!



Embalada no seu belo roteiro…
Cantarei os meus hinos de esperança
Na saudade desse barco veleiro
Que vive em mim dos tempos de Criança!

Gaivotas sobrevoam a praia









Esmeraldas vivas
Não são ilusões da verdade
Nem tampouco mentiras
Que a vida é finita, por um milagre
Acima do oceano
Gaivotas sobrevoam a praia
Entre os rochedos molhados
Diante do teu olhar
Tudo o que está em cima
Está reflectido abaixo
E, tudo o que está abaixo
Está reflectido em cima
O Sol é o pai
A Lua a mãe
O vento o ventre
A Terra a nutris
Mas, neste instante
Estou entre as gaivotas
Voando no horizonte
Do teu olhar
Alimentando-me
Da tua emoção
Através das gotas
De tuas lágrimas
Lembre-se:
À deriva
Navegue no meu manso oceano
Que eu te juro
Dar-te-ei sempre
Meu porto seguro
Guarda-me
Para sempre
Por onde for
Teu coração...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

no teu poema

NO TEU POEMA
EXISTE UM CANTOCHÃO ALENTEJANO
A RUA E O PREGÃO DE UMA VARINA
E UM BARCO ASSOPRADO A TODO O PANO
EXISTE UM RIO
O CANTO EM VOZES JUNTAS VOZES CERTAS
CANÇÃO DE UMA SÓ LETRA
E UM SÓ DESTINO A EMBARCAR
NO CAIS DA NOVA NAU DAS DESCOBERTAS
EXISTE UM RIO
A SINA DE QUEM NASCE FRACO OU FORTE
O RISCO, A RAIVA E A LUTA DE QUEM CAI
OU QUE RESISTE
QUE VENCE OU ADORMECE ANTES DA MORTE.
NO TEU POEMA
EXISTE A ESPERANÇA ACESA ATRÁS DO MURO
EXISTE TUDO O MAIS QUE AINDA ME ESCAPA
E UM VERSO EM BRANCO À ESPERA DO FUTURO