domingo, 12 de junho de 2011


Uma gota de lágrima, faz brotar a nascente, uma lágrima de terra,germina o botão de rio.
Navega suave e em frente, desbravar seu caminho,alimentando a semente, a florescer em outros fios.
Leito dormente do sole desta paixão existente,que com o sol, nasce fio, com a lua, adormece rio.
Uma lágrima de saudade, faz deste pequeno vazio, inundar o amor escondido, desaguar em mar bravio...

Mar de lagrimas

Silêncio calmo da maresia que embala a brisa do vento. Sentado na nívea areia da praia deserta de felicidade, voa o pensamento com as palavras que ficaram por dizer no cair de uma lágrima salgada. Essa lágrima que o ir e vir da doce água gelada leva consigo.
Levanto-me lentamente e caminhado sobre a areia, ouço o estalar dos grãos de mágoa da alma. O vento envolve o meu ser, parece então que os meus pés não tocam mais no chão ardente de sofrimento, apenas deslizo para esse único destino: o abastado mar gelado, salgado pelo sofrimento de cada lágrima que leva consigo.
Um passo, dois passos, três passos para tocar nessa cristalina solidão da água fria. Quatro passos, cinco passos, seis passos e metade do meu corpo é cercado pela imensidão do nada que sempre tive. Sete passos, oito passos, nove passos e não sinto se não o gelo que envolve o meu ser.
Fecho os olhos. A água envolve tudo o que sou e a dor que devia sentir não aparece, porque nada é mais dolorosos que viver. Deixo-me sufocar pela estranha ausência de saber voltar a não sentir e desprendo os pés do chão. Mil mãos acariciam o meu corpo imóvel e lentamente adormecem qualquer dos sentidos que ainda não estivesse morto.
É a luz que me abraça a alma, não a assustadora escuridão! Neste nada luminosamente angelical encontro a felicidade que sempre quis cheirar, sempre quis olhar, sempre quis tocar, sempre quis saborear, Sempre quis ter e sentir! Rasga a solidão o pequeno sorriso que os lábios gélidos deixam escapar.
Uma nova lágrima resvala pelo meu rosto, esse nada luminoso começa a evaporar-se gradualmente, apenas fica toda a escuridão em meu redor. A alma ganha nova consciência de um corpo atacado por mil e uma contas de cristal. Deitado sobre a areia molhada, onde as ondas sussurram histórias de um mundo calmo, abro os olhos e sinto ser me devolvida pelo céu a lágrima que a dor de existir fez brotar de meu olhar.